No último dia 6 de maio, realizamos no Mining Hub mais uma edição do nosso ciclo de eventos “Inovação & Colaboração” – desta vez com foco nas áreas de suprimentos. Reunimos representantes das principais mineradoras, especialistas e times estratégicos para uma conversa profunda e necessária: o papel das chamadas áreas meio na geração de valor a partir da inovação. Confira todos os detalhes sobre os painelistas na matéria exclusiva do evento.
A motivação desse encontro parte de um entendimento cada vez mais evidente: inovação acontece quando há alinhamento entre estratégia e negócio e sincronismo das áreas técnicas e meio. Ela se torna realmente transformadora quando está sincronizada com o negócio como um todo – e isso inclui, necessariamente, áreas como suprimentos, jurídico, compliance, finanças, RH. Ou seja, áreas que tradicionalmente são vistas como suporte, mas que têm um papel central na construção de valor.
Ao longo do encontro, conduzimos uma dinâmica com os participantes para entender suas percepções, dores e oportunidades. Os dados foram reveladores. Quase 80% dos participantes reconheceram que existe um grande potencial de alinhamento e colaboração entre suas áreas e os times de inovação. Isso por si só já é um dado potente: mostra que existe desejo e abertura para uma atuação mais conectada. Ainda assim, os desafios são claros.
Um dos pontos levantados com força foi a fragmentação das ações. Quando observamos a distribuição dos chamados “blocos de atuação” ao longo do processo de inovação, percebemos que muitas contribuições ocorrem de forma isolada, em momentos pontuais – o que reforça a urgência de construirmos uma lógica mais fluida e integrada, onde as áreas meio participam da jornada de ponta a ponta, como co-autoras da inovação.
Dados da dinâmica no Mentimeter – Imagem 1
Outro dado importante da dinâmica foi a identificação dos principais bloqueios à inovação nas áreas meio. Transformando os números absolutos em percentuais, os tópicos mais citados foram: desalinhamento estratégico, excesso de burocracia e uma cultura muito marcada pela aversão ao risco. Este último, em especial, merece destaque. O evento gerou uma reflexão coletiva sobre como podemos evoluir de uma mentalidade baseada na aversão ao erro para uma cultura que desenvolva apetite ao risco de forma responsável, abrindo espaço para experimentação e aprendizado.
Dados da dinâmica no Mentimeter – Imagem 2
A nuvem de palavras construída pelos participantes logo no início do encontro ilustrou com precisão os anseios e percepções sobre o tema: colaboração, confiança, desbloquear valor, visão de longo prazo, conexão — todos termos que apontam para uma visão de ambidestria organizacional, em que o curto e o longo prazo coexistem em equilíbrio, e onde a inovação não se restringe à tecnologia, mas à forma como a organização opera como um todo.
Dados da dinâmica no Mentimeter – Imagem 3
Ao final do evento, demos um passo importante: lançamos o Grupo de Trabalho (GT) de Suprimentos com foco em Inovação, que será liderado pelas próprias mineradoras com apoio do Mining Hub. Seu objetivo é claro: promover discussões estruturadas sobre como suprimentos pode contribuir, gerar valor e acelerar iniciativas de inovação no ecossistema do Mining Hub e em ambientes correlatos.
Esse grupo é mais do que uma agenda — é um movimento concreto para reposicionar as áreas meio como agentes de transformação. O setor mineral tem desafios imensos e complexos. Para enfrentá-los, precisaremos da inteligência, da visão sistêmica e da capacidade de execução que só uma atuação integrada entre todas as áreas da organização pode proporcionar.
“Mais do que um evento, esse encontro foi um chamado. Um lembrete de que a inovação precisa ser transversal. Que os desafios complexos que enfrentamos no setor mineral exigem cooperação entre áreas técnicas, estratégicas e operacionais. E que as áreas meio – quando empoderadas, escutadas e envolvidas desde o início – não apenas viabilizam a inovação, como também a potencializam”, reforça Leandro Rossi, diretor executivo do Mining Hub.
A partir desse olhar, enxergamos que desbloquear valor não significa apenas adotar novas tecnologias ou otimizar processos. Significa cultivar uma cultura onde todos – independentemente da sua função – atuem como protagonistas da transformação. Porque, no fim das contas, inovação e colaboração caminham juntas. E é nessa interseção que está o futuro do nosso setor.